segunda-feira, 30 de março de 2015

Programa Água Doce instala e reforma cisternas em comunidades rurais


Após dois anos de diagnóstico, o Programa Água Doce começa a ser implementado nos estados. O objetivo é instalar e reformar cisternas para retirar o sal da água de poços de comunidades rurais do Semiárido, tornando a água própria para o consumo humano. Na Bahia, estado com a maior abrangência do convênio, serão instalados e reformados 385 sistemas, que beneficiarão 150 mil pessoas, até o final de 2016.
Os testes de vazão dos poços ocorrerão em dia 6 de abril e, logo em seguida, serão iniciadas as obras, de acordo com o coordenador estadual do Programa Água Doce e diretor de Política e Planejamento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia, Ruben Zaldivar Armua.
“Estamos em uma região onde as águas subterrâneas são salinas. A intenção é fazer obras de sustentabilidade coletivas, onde a população é que se serve, e a própria comunidade toma conta”, explica Armua. A Bahia concentra 23% do Semiárido brasileiro, onde estão 265 municípios. Na fase de diagnóstico, foram identificadas 41 cidades, em estado mais crítico, que serão as beneficiadas em um primeiro momento. O governador Rui Costa disse que entrega, até o final de 2015, 100 sistemas, que oferecerão água a 40 mil pessoas. “O programa garante água doce de qualidade, como alternativa mais barata do ponto de vista de outros sistemas e mais sustentável, porque há água o ano todo”, diz Costa.
Ao todo, o estado receberá o investimento de R$ 61 milhões, sendo a maior parte do governo federal. A Bahia entra com 10% desse valor. Nacionalmente, o programa prevê o investimento de R$ 240 milhões em todo o Semiárido, que beneficiarão 500 mil pessoas até o final de 2016. As obras foram acordadas com os nove governadores dos estados que compõem o Semiárido, em Brasília, com a assinatura do 3º Pacto Nacional de Execução do Programa Água Doce, no início do mês. Participam Minas Gerais e os oito estados nordestinos, com exceção do Maranhão.
Na Bahia, a cerimônia de início das obras ocorreu sexta-feira (27), na comunidade de Minuim, em Santa Brígida (BA), e contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, além do governador, de parlamentares e do prefeito da cidade, Gordo de Raimundo. A cidade é a mais crítica do estado, pelos critérios usados pelo Ministério do Meio Ambiente. Entre eles estão o baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a alta taxa de mortalidade infantil e o baixo índice pluviométrico.
Em Minuim, fica a unidade demostrativa do sistema produtivo do programa. Além de garantir a água potável à população, a comunidade aproveita os resíduos da filtragem, basicamente água salgada, para a criação de peixes como a tilápia e o cultivo de erva-sal, que por sua vez é usada na alimentação de caprinos e bovinos. A unidade existe desde 2010. Para a construção de unidades produtivas é preciso que os poços tenham uma alta vazão, capaz de sustentar o sistema. Com investimento próprio, o estado comprometeu-se a construir 50 unidades acopladas aos sistemas previstos no programa.
“A água foi ótima. Essa salgada, que era jogada fora, agora vai para criatório de peixe, depois é reaproveitada com as plantas, que reaproveitam o sal que vai para a terra. Para nós é ótimo, não estamos prejudicando a terra”, explica a presidenta da associação comunitária do povoado, Íris do Céu Feitosa. “Antes era aquela disputa para conseguir água no riacho e ainda tinha que andar quilômetros com o balde na cabeça”, diz.
A comunidade conta ainda com cisternas, para armazenar a água das escassas chuvas, e com carros-pipa do Exército e da prefeitura. A água do dessalinizador, por ser a mais pura, é usada basicamente para consumo humano. A associação cobra R$ 0,01 por litro. O dinheiro é destinado ao pagamento da energia usada pelo equipamento de dessalinização e para manutenção de todo o sistema.
A cerimônia de lançamento do programa estava lotada. Pela primeira vez, o povoado recebia o governador do estado e uma ministra. Na plateia, faixas pediam melhorias na educação e saúde. A população também queria o tão sonhado sistema de encanamento, para que a água chegasse às casas. O pedido, no entanto, encontra barreiras técnicas: a vazão da água dessalinizada, segundo o Ministério do Meio Ambiente, não é suficiente para o encanamento. Apesar das faixas, todos os discursos foram aplaudidos.
Um dos pedidos foi atendido. Em seu discurso, a ministra garantiu que levará para a presidenta Dilma Rousseff a demanda da comunidade pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. Em Minuim, a maior parte das casas é de taipa.
Sobre se a crise no Sudeste trará mais atenção ao sertão, Izabella disse que o Sudeste tem muito a aprender com o Nordeste. “A crise hídrica no Sudeste só mostra uma coisa, que o povo terá que ter a sabedoria do nordestino para poder criar alternativas e enfrentar. O que estamos vendo aqui é a sabedoria do nordestino buscando saídas permanentes para a oferta de água”, disse. E complementou: “O povo aqui não desperdiça. O povo do sertão sabe entender qual é o valor da água”.

http://www.blogdilmabr.com/programa-agua-doce-instala-e-reforma-cisternas-em-comunidades-rurais/

Stédile será entrevistado pela Folha


Hoje, ao vivo, João Pedro Stedile é entrevistado pela TV Folha, às 15h.

Na ocasião, Stedile falará sobre a conjuntura nacional, as atuais mobilizações que acontecem em todo o país e as perspectivas para o próximo período.

domingo, 29 de março de 2015

CPERS - CUT (Desfiliados)

Maior sindicato do Rio Grande do Sul, CPERS decide desfiliar-se da CUT. 

Em assembleia realizada nesta sexta-feira (27), o CPERS – Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul, o maior sindicato do Rio Grande do Sul, com 81 mil sócios, decidiu desfiliar-se da Central Única dos Trabalhadores. A direção do sindicato era contrária à desfiliação, pauta levantada por grupos ligados à antiga gestão do CPERS.
Foto Dani Conte
Foto: Dani Conte
A assembleia, que tinha também como pauta a organização da luta contra os cortes de gastos do governo de José Ivo Sartori (PMDB), acabou focada na questão da CUT. Foram 1588 votos pela desfiliação, contra 1129 pela manutenção da ligação com a Central. O CPERS era filiado à CUT há 19 anos, e essa foi a primeira assembleia geral após a mudança na direção, ocorrida no ano passado.
O Jornalismo B não conseguiu contato com a presidenta do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, mas, ao site do jornal Zero Hora, ela lamentou a decisão da categoria, que esteve presente com mais de 6 mil professores no Ginásio Tesourinha, em Porto Alegre: “a assembleia mostrou claramente que a oposição está mais preocupada em dividir a categoria, visto que priorizou a votação (da desfiliação) ao invés de focar nas reivindicações. Vamos encaminhar a desfiliação, mas vamos lutar para unir o magistério e focar nas nossas lutas”, afirmou Helenir.
Ao Jornalismo B, Rejane Oliveira, ex-presidenta do CPERS e principal nome da oposição, disse pensar diferente: o que divide a categoria é o CPERS dizer que quer o piso e defender a carreira e a CUT defender o contrário. Tivemos que fazer grandes batalhas e a CUT usava a imprensa para se posicionar contra a categoria. Isso divide. Agora vamos fazer a luta com as pautas da categoria e com a unidade de quem quiser lutar. Quem quiser defender governos, que faça em seu nome., nós vamos defender os trabalhadores”, explicou.
Rejane também ressaltou a importância da decisão: “vivemos, no último período, filiados a uma Central que usava o prestigio do CPERS e a representatividade da categoria para ir aos governos pedir retirada de direitos dos trabalhadores. Nossa categoria tem uma história de tradição, de luta, de coragem, para defender os interesses dos trabalhadores, e a CUT se utilizou disso para defender os governos. Não podemos permitir que um sindicato com a história do CPERS e uma categoria com a historia que a nossa tem continue com a CUT, uma Central que desistiu de defender os trabalhadores e partiu para defender os governos”.

 fonte: http://jornalismob.com/2015/03/27/maior-sindicato-do-rio-grande-do-sul-cpers-decide-desfiliar-se-da-cut/

Quem tem medo do Lula??


 Emir Sader

Lula é odiado porque deveria ter dado errado e deixado as elites para seguirem governando o Brasil. Odeiam nele o pobre, o nordestino, o trabalhador.

por Emir Sader em 02/03/2015 às 15:21
A direita – midiática, empresarial, partidária, religiosa – entra em pânico quando imagina que o Lula possa ser o candidato mais forte para voltar a ser presidente em 2018. Depois de ter deixado escapar a possibilidade de vencer em 2014, com uma campanha que trata de colocar o máximo de obstáculos para o governo de Dilma – em que o apelo a golpe e impeachment faz parte do desgaste –, as baterias se voltam sobre o Lula.
 
De que adiantaria ajudar a condenar a Dilma a um governo sofrível, se a imagem do Lula só aumenta com isso? Como, para além das denuncias falsas difundidas até agora, tratar de desgastar a imagem de Lula? Como, se a imagem dele está identificada com todas as melhorias na vida da massa da população? Como se a projeção positiva da imagem do Brasil no mundo está associada à imagem de Lula? Como se a elevação da auto estima dos brasileiros tem a ver diretamente com a imagem de Lula?
 
Mas, quem tem tanto medo do Lula? Por que o ódio ao Lula? Por que esse medo? Por que esse ódio? Quem tem medo do Lula e quem tem esperanças nele? Só analisando o que ele representou e representa hoje no Brasil para entendermos porque tantos adoram o Lula e alguns lhe têm tanto ódio.
 
Lula deu por terminados os governos das elites que, pelo poder das armas, da mídia, do dinheiro, governavam o pais só em função dos seus interesses, para uma minoria. Derrotou o candidato da continuidade do FHC e começou uma serie de governos que melhoraram, pela primeira vez, de forma substancial, a situação da massa do povo brasileiro.

Quem se sentiu afetado e passou a odiar o Lula? As elites politicas que se revezavam no governo do Brasil há séculos. Os que sentiram duramente a comparação entre a formas deles de governar e a de Lula. Sentiram que o Brasil e o mundo se deram conta de que a forma de Lula de governar é a forma de terminar com a fome, com a miséria, com a desigualdade, com a pobreza, com exclusão social. Eles sofrem ao se dar conta que governar para todos, privilegiando os que sempre haviam sido postergados, é a forma democrática de governar. Que Lula ganhou apoio e legitimidade, no Brasil, na América Latina e no mundo justamente por essa forma de governar.
 
Lula demonstrou, como ele disse, que é possível governar sem almoçar e jantar todas as semanas com os donos da mídia. Ele terminou seu segundo mandato com mais de 80% de referências negativas na mídia e com mais de 90% de apoio. Isso dói muito nos que acham que controlam a opinião publica e o pais por serem proprietários dos meios de comunicação.
 
Lula demonstrou que é possível – e até indispensável – fazer crescer o pais e distribuir renda ao mesmo tempo. Que uma coisa tem a ver intrinsecamente com a outra. Que, como ele costuma dizer, “O povo não é problema, é solução”. Dinheiro nas mãos dos pobres não vai pra especulação financeira, vai pro consumo, para elevar seu nível de vida, gerando empregos, salários, tributação.
 
Lula mostrou, na pratica, que o Brasil pode melhorar, pode diminuir suas desigualdades, pode dar certo, pode se projetar positivamente no mundo, se avançar na superação das desigualdades – a herança mais dura que as elites deixaram para seu governo. Para isso precisa valorizar seu potencial, seu povo, elevar sua auto estima, deixar de falar mal do país e de elogiar tudo o que está lá fora, especialmente no centro do capitalismo.
 
Lula fez o Brasil ter uma política internacional de soberania e de solidariedade, que defende nossos interesses e privilegia a relação solidaria com os outros países da America Latina, da África e da Ásia.
 
Lula foi quem resgatou a dignidade do povo brasileiro, de suas camadas mais pobres, em particular do nordeste brasileiro. Reconheceu seus direitos, desenvolveu politicas que favoreceram suas condições de vida e uma recuperação espetacular da economia, das condições sociais e do sistema educacional do nordeste.
 
Lula é odiado porque deveria dar errado e deixar em paz as elites para seguirem governando o Brasil por muito tempo. Um ódio de classe porque ele é nordestino, de origem pobre, operário metalúrgico, de esquerda, líder máximo do PT, que deu mais certo do que qualquer outro como presidente do Brasil. Odeiam nele o pobre, o nordestino, o trabalhador, o esquerdista. Odeiam nele a empatia que ele tem com o povo, sua facilidade de comunicação com o povo, a popularidade insuperável que o Lula tem no Brasil. O prestígio que nenhum outro político brasileiro teve no mundo.
 
A melhor resposta ao ódio ao Lula é sua consagração e consolidação como o maior líder popular da  historia do Brasil. A força moral das suas palavras – que sempre tentam censurar. Sua trajetória de vida, que por si só é um exemplo concreto de como se pode superar as mais difíceis condições e se tornar um líder nacional e mundial, se se adere a valores sociais, políticos e morais democráticos.
 
Quem odeia o Lula, odeia o povo brasileiro, odeia o Brasil, odeia a democracia.
 
O Lula é a maior garantia da democracia no Brasil, porque sua vida é um exemplo de prática democrática. O amor do povo ao Lula é a melhor resposta ao ódio que as elites têm por ele.
 
fonte: http://cartamaior.com.br/?/Blog/Blog-do-Emir/Quem-tem-medo-do-Lula-/2/32977

O fotógrafo Che

Por Vaas do Blog do Nassif
Che Guevara: o revolucionário apaixonado por fotografia.Um Che pouco conhecido por todos. Quando ele era apenas mais um homem no anonimato, já impunha uma arma poderosa, a câmera fotográfica. Dedicou anos importantes para fotografia, entre 1950 a 1960, gosto  herdado de seu pai. Che retratou paisagens, crianças, pessoas anônimas, até fez a cobertura fotográfica dos jogos pan-americanos do México para uma agência argentina. Mesmo tendo optado pela vida de guerrilheiro revolucionário, a fotografia o acompanhou até os últimos dias de vida.  Che foi morto e nos bolsos de seu uniforme foram encontrados cerca de 12 rolos de filmes  O material fotográfico feito por Che é quase zero na internet, tendo pouquissímas fotografias, mas uma exposição, "Che Photographer", com 232  fotos feitas por ele, roda o mundo. 
Fonte: http://www.comunistas.spruz.com/blog.htm?b=&tagged=fotografia
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sábado, 28 de março de 2015

Porque Blog "O CAPITAL"?

Resumo:
O Capital (Das Kapital, em seu título original, em alemão) é a obra máxima e a mais conhecida do intelectual e revolucionário alemão Karl Marx  (1818-1883). Trata-se de um minucioso exercício investigativo do autor acerca do funcionamento das relações econômicas, desde as duas mais obscuras origens até os dias atuais, procurando desvendar os conceitos universais que estão por trás da atividade econômica. O livro se desdobra em três volumes, a saber:
  • Livro I - o processo de produção do capital (publicado originalmente em 1867)
  • Livro II - o processo de circulação do capital (publicado originalmente em 1885)
  • Livro III - o processo global da produção capitalista (publicado originalmente em 1894)
Marx viveu apenas para ver o primeiro livro publicado, o qual recebeu correções e anotações posteriores do próprio autor, além de traduções para outras línguas. Os outros dois foram publicados por Friedrich Engels, amigo e colaborador de Marx.
Seu objeto era, como explicitado no Prefácio ao Volume I, "revelar a lei econômica do movimento da sociedade moderna". Pensadores econômicos anteriores haviam captado um ou outro aspecto do funcionamento do capitalismo. Marx busca entender todo o processo em seus três livros, chegando a uma especificidade até hoje inédita de pesquisa, argumentação e relação de dados. Defendia que o capitalismo como sistema era um modo de produção historicamente transitório cujas contradições internas o levariam à queda, sendo inevitavelmente substituído.
O autor de O Capital irá apresentar, através de seu trabalho conceitos como Mais Valia, Capital Constante, Modo de produção capitalista, Acumulação primitiva entre outros. O modo de produção capitalista ilustra a tese geral de Marx de que a realidade é dialética, que ela contém contradições dentro de si, pois, de um lado a mudança tecnológica, a introdução de novos métodos de produção faz parte da própria existência do capitalismo. A pressão da concorrência força obrigatoriamente os capitalistas a inovarem constantemente, e desse modo a ampliar as forças de produção. Por um outro lado, o desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo levará a crises inevitáveis.
O raciocínio contido no Capital destoava da grande maioria dos outros tratados econômicos de sua época por privilegiar um ponto de vista dedicado à visão do trabalhador proletário em detrimento do grande produtor capitalista. É talvez por esse viés adotado por Marx que sua obra seja popularmente demonizada por grupos hostis a qualquer ideia de esquerda. Marx, porém, havia deixado claro em trabalhos anteriores, especialmente no Manifesto Comunista, que não via o capitalismo como um regime danoso e antagônico às suas ideias, mas apenas como um processo temporário na realização do cenário preconizado em seu raciocínio econômico.

Bibliografia:
CALLINICOS, Alex. Introdução ao Capital de Karl Marx. Disponível em <http://www.espacoacademico.com.br/038/38tc_callinicos.htm>. Acesso em: 25 set. 2011.
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