Maior sindicato do Rio Grande do Sul, CPERS decide desfiliar-se da CUT.
Em
assembleia realizada nesta sexta-feira (27), o CPERS – Centro dos
Professores do Estado do Rio Grande do Sul, o maior sindicato do Rio
Grande do Sul, com 81 mil sócios, decidiu desfiliar-se da Central Única
dos Trabalhadores. A direção do sindicato era contrária à desfiliação,
pauta levantada por grupos ligados à antiga gestão do CPERS.
A
assembleia, que tinha também como pauta a organização da luta contra os
cortes de gastos do governo de José Ivo Sartori (PMDB), acabou focada na
questão da CUT. Foram 1588 votos pela desfiliação, contra 1129 pela
manutenção da ligação com a Central. O CPERS era filiado à CUT há 19
anos, e essa foi a primeira assembleia geral após a mudança na direção,
ocorrida no ano passado.
O
Jornalismo B não conseguiu contato com a presidenta do CPERS, Helenir
Aguiar Schürer, mas, ao site do jornal Zero Hora, ela lamentou a decisão
da categoria, que esteve presente com mais de 6 mil professores no
Ginásio Tesourinha, em Porto Alegre: “a assembleia mostrou claramente
que a oposição está mais preocupada em dividir a categoria, visto que
priorizou a votação (da desfiliação) ao invés de focar nas
reivindicações. Vamos encaminhar a desfiliação, mas vamos lutar para
unir o magistério e focar nas nossas lutas”, afirmou Helenir.
Ao
Jornalismo B, Rejane Oliveira, ex-presidenta do CPERS e principal nome
da oposição, disse pensar diferente: o que divide a categoria é o
CPERS dizer que quer o piso e defender a carreira e a CUT defender o
contrário. Tivemos que fazer grandes batalhas e a CUT usava a imprensa
para se posicionar contra a categoria. Isso divide. Agora vamos fazer a
luta com as pautas da categoria e com a unidade de quem quiser lutar.
Quem quiser defender governos, que faça em seu nome., nós vamos defender
os trabalhadores”, explicou.
Rejane
também ressaltou a importância da decisão: “vivemos, no último período,
filiados a uma Central que usava o prestigio do CPERS e a
representatividade da categoria para ir aos governos pedir retirada de
direitos dos trabalhadores. Nossa categoria tem uma história de
tradição, de luta, de coragem, para defender os interesses dos
trabalhadores, e a CUT se utilizou disso para defender os governos. Não
podemos permitir que um sindicato com a história do CPERS e uma
categoria com a historia que a nossa tem continue com a CUT, uma Central
que desistiu de defender os trabalhadores e partiu para defender os
governos”.
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