terça-feira, 8 de setembro de 2015

21º GRITO DOS EXCLUÍDOS 2015 (Por CUT RS)

Representantes da CNBB, CUT, sindicatos, movimentos sociais e pastorais participaram do 21º Grito dos Excluídos, na manhã desta segunda-feira,  dia 7 de setembro, em Porto Alegre . A atividade, realizada em todo o país, teve este ano como tema “Que país é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome?” e defendeu a democratização dos meios de comunicação como fator de inclusão social e de fortalecimento da democracia.
Desde as 9h, os manifestantes se concentraram na Rótula das Cuias, próximo ao Acampamento Farroupilha e, após pronunciamentos das entidades, saíram em caminhada até a Usina do Gasômetro, levando cartazes e bandeiras. Uma faixa das pastorais destacava a frase do Papa Francisco: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês em terra, nenhum trabalhador sem direitos.” A atividade foi encerrada por volta das 12h.
Grito pela democracia e contra o golpe
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O secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr,  destacou que este era um grito pela democracia e para dizer não ao golpe e à ditadura. “Queremos democracia profunda, o que passa por uma reforma política a partir de uma constituinte popular, porque esse Congresso não nos representa”, disse.

Grito contra a política econômica e em defesa dos direitos
“Outro grito é contra a política econômica do ministro Levy, que aumentou os juros e favorece os rentistas e banqueiros”, frisou. “Que os recursos públicos sejam direcionados ao desenvolvimento do país para gerar empregos e estimular a produção e o consumo e não ao capital especulativo, o que exige uma mudança na política de juros e outras medidas econômicas”.
Ademir enfatizou que a atividade é também”um grito em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra os projetos que tramitam na Câmara Federal, como o da terceirização, que tentam acabar com direitos históricos da classe trabalhadora. “Não queremos terceirização nem quarteirização. Queremos trabalho decente e não precarizado para os trabalhadores e os jovens”, justificou.

Grito contra o desgoverno do Sartori
No âmbito do RS, Ademir lembrou que “o grito é também contra o desgoverno do Sartori, que parcela e arrocha salários e penaliza os servidores para tentar justificar o tarifaço, a redução do tamanho do Estado e a retomada das privatizações”.
O dirigente da CUT-RS defendeu dignidade para os servidores, serviço público de qualidade e manutenção do Banrisul, da Corsan, da CEEE e das demais empresas e fundações do Estado.

Grito pela democratização da mída 
Por fim, Ademir destacou que “o grito é também contra o monopólio e a manipulação da mídia e pela democratização dos meios de comunicação”.  Para isso, “precisamos lutar por um marco regulatório para a comunicação, a fim de que o povo tenha voz e vez”, acentuou. “O grito dos excluídos é por inclusão social para construir as grandes transformações que nosso país precisa”, concluiu. grito 3
Mais saúde e educação
O diretor da CUT-RS, Amarildo Cenci, alertou para “a mercantilização da educação”, o que já vem sendo combatido pelo Sinpro-RS e entidades representativas dos educadores.
Os manifestantes fizeram também chamados aos movimentos para intensificar a resistência ao retrocesso e ao conservadorismo que tenta se instalar no Congresso e em algumas instituições e que tem sido levado para às ruas em protestos orquestradas pela direita conservadora. “Há uma grave crise política que sequestra o governo que elegemos. Por isso precisamos de força nas ruas”, alertou o representante do grupo Mariguela.

O representante do Levante Popular da Juventude relatou o lançamento nacional da Frente Brasil Popular, ocorrido no último sábado, em Belo Horizonte, e que começará também a ser organizada no RS, como um importante instrumento de luta contra as forças da direita, de forma unitária e não setorizada.

Integrantes da Marcha Mundial das Mulheres também se manifestaram e levaram as suas bandeiras para defender os direitos das mulheres aos seus corpos e às suas escolhas, e anunciaram a Ação Internacional das Mulheres, que será realizada nos dias 26, 27 e 28 de setembro, em Santana do Livramento, na fronteira do Brasil com Uruguai.

Defesa da Petrobrás e do pré-sal 
Entre as iniciativas que exigem força social está a defesa da Petrobrás, cujo aniversário de criação ocorre no próximo dia 3 de outubro. Segundo as entidades, a sociedade tem que se mobilizar para defender a empresa e o pré-sal, cujos recursos dos royaltes terão parte destinada à saúde e à educação.
É importante se lembrar de que o projeto 131/2015, do senador José Serra (PSDB-SP), altera o modelo de partilha para entregar essa riqueza do povo brasileiro aos grandes grupos multinacionais do petróleo, acabando com a possibilidade de uso destes recursos em benefício do desenvolvimento da Nação.grito 4
Houve também manifestações sobre a necessidade de reformas que deem conta de atender as demandas da sociedade, o que passa por baixar juros, taxar as grandes fortunas, combater a sonegação, lutar contra o extermínio da juventude negra, contra a mercantilização da educação e contra a concentração cada vez maior de renda, entre outras questões.
Ainda participaram representantes do Clube do Povo, uma torcida organizada do Inter, que defenderam a inclusão e a democracia através do esporte e criticaram a política de elitização do futebol nos estádios.
Os manifestantes foram unânimes de que vivemos um momento histórico, onde precisamos organizar a luta de massas,  fortalecer as mobilizações para enfrentar o retrocesso que tenta se instalar neste país e garantir um movimento que seja capaz de fazer com que 7 de setembro possa vir a ser o dia da independência de fato.

Fonte: CUT RS.

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