domingo, 23 de agosto de 2015

14º CECUT - 21 e 22 AGOSTO 2015.


Direitos para imigrantes e combate à xenofobia são debatidos em seminário
Para promover o intercâmbio de experiências do impacto das imigrações na Itália, Argentina, Uruguai e Brasil levando-se em conta a inclusão produtiva, igualdade de direitos, rede de apoio e o papel dos sindicatos, a CUT-RS realizou na manhã desta sexta-feira, 21, o Seminário Internacional “Imigrações: Inclusão com Direitos e Combate à Xenofobia.”

O presidente da  CUT-RS, Claudir Nespolo, lembrou que todos, de alguma forma, são imigrantes e que os sindicalistas tem um papel fundamental de ajudar no sistema de proteção a esses imigrantes que chegam e buscam inserção no mercado de trabalho.

“A CUT precisa colaborar com a legalização desses imigrantes. Viver sob ameaça de deportação, de visto negado, é desumano”, acredita. Nespolo disse ainda que o protocolo de cooperação que será assinado durante o Congresso Estadual é no intuito de preparar as nossas entidades.

A metalúrgica e colaboradora da CGIL, Sandra Peratti, destacou que a crise que assola a Europa há cerca de 8 anos, influencia diretamente as imigrações, por isso esse assunto se faz atual. O secretário nacional de Finanças da CUT, Quintino Severo, parabenizou a iniciativa da CUT-RS: “seminários como esse devem acontecer em outros estados, devido a importância desse tema.” Para a secretária nacional de Mulheres da CUT, Rosane Silva, o debate sobre esse assunto complexo é o caminho para combater a discriminação.

Abordando os aspectos econômicos do Brasil nos últimos anos, o coordenador do DIEESE, Ricardo Franzoi, afirmou que o crescimento da economia teve um alto impacto no mercado de trabalho, muitas categorias conquistaram bons reajustes salariais. Paralelamente a isso, cresceu o número de imigrantes que chegaram ao país. “Com isso, é inegável o aumento de trabalhadores estrangeiros com vínculo formal de emprego, principalmente em determinados setores da indústria, como alimentação.” Em 2013, 42% desses estrangeiros trabalhavam na indústria. Segundo ele, uma das dificuldades enfrentadas pelos imigrantes é o custo de vida no Brasil.

Representante da CGIL Emília Romagna, Mirto Bassoli, relatou como são as políticas para imigrantes nos 28 países que compõem a União Européia. “Ao menos no papel, as condições de trabalho são as mesmas para quem migra entre essas nações. Porém, há leis bastante atrasadas que dificultam a entrada em determinadas localidades.”

Bassoli destacou como foi feito o trabalho com os sindicatos para lidar com essa realidade. “Investimos muito nas assessorias jurídicas das nossas entidades e na representação sindical nos locais de trabalho para inserir esses estrangeiros”, contou.
Após, o representante da CGIL/INCA, Antônio Galante, destacou que muitos brasileiros que emigraram para o exterior, agora estão voltando para o Brasil, muitos tem sua primeira experiência no mercado de trabalho brasileiro. Ele abordou ainda o serviço oferecido pelo INCA em parceria com a CUT Nacional: “é um projeto piloto que estamos executando em São Paulo e queremos ampliar para outros estados. Hoje esse seminário é de grande importância para ampliar esse debate e a nossa parceria.”

Dirigentes da Fetraf-RS presentearam os representantes da central italiana com produtos da agriculta familiar. No final da atividade, foi lançado o Manual do Imigrante em três idiomas (Português, Inglês e Francês). Membros da Associação dos Imigrantes no RS e do Fórum Permanente de Mobilidade Urbana do RS acompanharam o debate.
Na avaliação do secretário de Políticas Sociais da CUT-RS, Luiz Henrique Alves Pereira, a atividade cumpriu o objetivo de empoderar os dirigentes cutistas para entender e atuar no combate a xenofobia laboral.
Homenagem às mulheres também aconteceu nesta sexta

Teve início nesta sexta-feira, 21, o 14º Congresso Estadual da CUT (CECUT), no salão da Igreja Pompéia, em Porto Alegre/RS. Centenas de delegados, representantes das entidades sindicais de todo o estado, estão presentes na atividade.

“Vamos debater temas importantes, não só para a CUT, mas para a sociedade. Aqui discutiremos sobre as nossas armas para defender a democracia e os direitos sociais”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, na abertura do CECUT.

Crise e golpismo
Os rumos do país e as tarefas dos trabalhadores brasileiros serão debatidos na abertura do 14º CECUT, num painel com o líder do MST, João Pedro Stédile e o diretor do Instituto Lula, Paulo Vannuchi.

Stédile abordou a luta de classe, geradora das crises inerentes ao capitalismo e explicou que a  crise financeira é devida a dependência que o sistema econômico brasileiro tem da economia internacional. “Estamos em crise, mas a burguesia controlou a taxa de juros para continuar lucrando e mandar dinheiro para o exterior”, analisou.

A expectativa, segundo economistas, é que esse cenário permanecerá por mais dois anos. “Outro aspecto é a crise social, ainda pouco debatida. Não resolvemos algumas coisas e precisamos dar respostas para a sociedade”, acredita ele.

De acordo com Stédile, a crise política é fruto do sistema político perverso. “Não existe mais partido, mas bancada da Monsanto, da Odebrecht… E quem é eleito, se compromete com quem financiou sua campanha. E se não realizarmos a reforma política, teremos uma Lava Jato a cada dois anos.”
Para combater essas crises é necessário criar blocos históricos que apresentem soluções para isso. “A burguesia não quer ver o circo pegar fogo, pois se isso acontecer o circo cai sobre o dono também”, encerrou

Em seguida, Vannuchi iniciou sua manifestação declarando que é preciso debater agosto de 2015 e destacou os atos realizados ontem, em defesa da democracia, em todo o Brasil. Para ele, devido a conjuntura complexa e difícil, o Brasil vive sim uma tentativa de golpe. “Porém não será vitoriosa porque acontecem congressos como esses. Porque há grupos se organizando para combater esse golpe”, acredita.
A manipulação dos grandes meios de comunicação foi outro ponto destacado por ele que foi categórico ao afirmar que “há golpismo na grande imprensa, sim” e citou exemplos de matérias que classificou como “criminosas.”

Ele lembrou diversos programas do governo que melhoraram a qualidade de vida dos brasileiros e criaram condições de maiores investimentos nos setores econômicos, porém cobrou mais investimentos nestes programas.

Neste contexto, a CUT, o MST e demais entidades são fundamentais para a estruturação da sociedade e a prova disso são os atos de ontem. “Essas atividades mandaram dois recados: o primeiro para os golpistas, pois ontem tinha povo nas ruas, diferente de domingo. E o outro recado foi para a Dilma, está aqui a base, mas é preciso olhar para nós.”
Finalizando sua intervenção, Vannuchi salientou a importância do CECUT para enfrentar a conjuntura. “Espero que a CUT saia desse encontro mais disposta e armada de números, argumentos, bandeiras e ânimo para lutar pela democracia.”

Mulheres são homenageadas
Precedendo a abertura oficial do evento, a CUT-RS prestou uma homenagem às mulheres. A secretária de Finanças da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, leu dados que mostram como o machismo faz vítimas no dia a dia. “Nós sofremos preconceitos, diversos tipos de assédios, somos vítimas de exclusão, quase que diariamente”, disse ela. A homenagem seguiu com apresentação da cantora de rap e militante, Nega Jaque.

Antes, na parte da tarde, o presidente da entidade apresentou o balanço da gestão, lembrando as principais atividades realizadas, os desafios impostos pela conjuntura e os problemas enfrentados pela entidade. “Essa retrospectiva é importante para reconhecer os acertos e erros do último mandato.”

Depois do balanço, foi apresentada a prestação de contas.
No Congresso são debatidos temas como conjuntura, reforma política, paridade, unidade da classe trabalhadora e fortalecimento da CUT, além das resoluções que nortearão a política da Central para o próximo período. Também é eleita a direção da entidade no próximo quadriênio.

A manhã do segundo dia do Congresso foi marcada por manifestação das correntes cutistas, painel sobre a conjuntura estadual e homenagem aos jovens

A situação do Rio Grande do Sul e o enfrentamento do movimento sindical à precarização do estado foram os temas do painel na manhã deste sábado, 22, durante o 14º Congresso Estadual da CUT (CECUT).

O presidente do AFOCEFE Sindicato, Carlos De Martini Duarte, abordou a situação econômica do estado. Contou que em apenas sete ocasiões o RS arrecadou mais do que gastou, fora isso,  “seguimos estável na UTI.”

De Martini afirmou que o estado gaúcho tem uma das piores arrecadação por ICMS do Brasil e estima-se que apenas em 2014, a sonegação do ICMS foi de 27,6%. “Também é preciso falar sobre a isenção fiscal, nem o Tribunal de Contas sabe quem são as empresas beneficiadas”, afirmou.

“Para se der uma ideia do absurdo, um tempo atrás concederam isenção fiscal para uma empresa que logo depois demitiu centenas de trabalhadores”, relatou. Ele também trouxe dados que mostram o crescimento do consumo e de alguns setores. “Como cai a arrecadação se o consumo cresce?”, indagou. De acordo com ele, esses são pontos de “anomalias” que merecem atenção para pensar a economia gaúcha.

Por fim, o dirigente acredita que é fundamental uma mudança no comportamento da secretaria da Fazenda para alterar esse cenário. “O estado não pode penalizar quem paga. Tem que  fiscalizar quem não paga”, encerrou.

Em seguida, a presidente do CPERS/Sindicato, Helenir Oliveira falou sobre a difícil situação dos servidores públicos com o governo Sartori. “Estamos numa greve histórica com todos os sindicatos de servidores e nós não vamos apanhar porque a polícia está do nosso lado, em greve.”

Sobre a crise econômica que o Rio Grande do Sul enfrenta, a dirigente declarou ser contra o aumento do ICMS, “porque quem paga imposto neste país somos nós, trabalhadores.”

Para Helenir, este é o momento de discutir o financiamento público de campanha. “Fazer esse debate é dizer que queremos políticos eleitos com liberdade para ouvir o povo que o elegeu e não quem financiou sua campanha”, finalizou.

Dirigentes sindicais – após o painel, as forças políticas que compõem a CUT-RS se manifestaram. O presidente do Sindsepe/RS e representante da CUT Pode Mais, Claudio Augustin, defendeu uma política tributária justa. “O movimento que os servidores fazem está mexendo com a sociedade. Por isso, esse é o momento de exigir mudanças.”

A diretora do Semapi, Mara Feltes e o servidor público, Marcelo Carlini falaram pela Articulação Sindical e O Trabalho. Mara convocou a todos para intensificarem as lutas cutistas. “O projeto que está traçado neste governo é acabar com o serviço público e a CUT precisa impedir isso”, falou Carlini.
A CUT Socialista e Democrática foi representada pelo petroleiro Dary Beck Filho. Segundo ele, as pessoas precisam se conscientizar de como a falta do serviço público irá afetar toda a sociedade. “Com isso a nossa luta será a luta de todos.”

Em seguida, o debate foi aberto para a plenária.
Eduardo Suplicy
O secretário de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo e ex-senador, Eduardo Suplicy, visitou o CECUT no final da manhã.
Em Porto Alegre por causa da aula pública “DIREITO À CIDADE – Mais Amor e Convivência por um Espaço Público Humanizado”, Suplicy saudou os delegados do CECUT e a disposição ao diálogo: “podem contar comigo em todas as proposições da Central Única dos Trabalhadores”.
Homenagem aos jovens
O segundo dia do 14º CECUT iniciou com uma bonita homenagem aos jovens. Integrantes do Levante da Juventude realizaram uma mística e provocaram a plenária a recordar como foi o começo de sua militância, o ânimo, sonhos e motivações que tinham quando mais jovens.
O metalúrgico Claudir Nespolo foi reeleito presidente da CUT-RS neste sábado, 22, durante a realização do 14º Congresso Estadual da CUT (CECUT). Por unanimidade, a chapa única foi eleita para comandar a Central no quadriênio 2015-2019. É a primeira direção da CUT-RS com paridade de gênero.
Nespolo agradeceu aos delegados e delagadas do CECUT, aos integrantes da direção que estão se despedindo com o término deste mandato. “Me sinto muito honrado em ser escolhido para mais um mandato da CUT-RS. Para nós, dirigentes, é uma honra representar essas três letras que tem a história forjada na luta.”
Ele ressaltou a importância das discussões e das resoluções aprovadas no Congresso, pois são norteadoras nas posições defendidas pela entidade. “Estamos saindo daqui mais preparados para enfrentar o conservadorismo. Temos convicção que disputamos um projeto de sociedade. Podem falar mal do socialismo, dos trabalhadores, mas nós sempre vamos beber dessa água. É dela que vem a nossa vitalidade”, encerrou.
Nas intervenções das correntes que compõem a direção da Central, foi reforçado importância da unidade. Todos ressaltaram que a união da classe trabalhadora é vital para enfrentar a onda conservadora que se intensifica na sociedade.
No total, 443 delegados participaram do 14º CECUT-RS, sendo 154 mulheres e 289 homens.
CECUT
Nos dias 21 e 22 de agosto foi realizado o 14º CECUT-RS, no salão da igreja Pompéia, com um amplo debate sobre conjuntura, enfrentamento à crise e unidade sindical. Na noite de sexta-feira, os rumos do país e as tarefas dos trabalhadores brasileiros foram debatidos na abertura do evento, num painel com o líder do MST, João Pedro Stédile e o diretor do Instituto Lula, Paulo Vannuchi.
A situação econômica do Rio Grande do Sul foi o tema da discussão desta manhã de sábado, com a condução do presidente do AFOCEFE Sindicato, Carlos De Martini Duarte e da presidente do CPERS/Sindicato, Helenir Oliveira.
Durante o Congresso foram debatidos temas como conjuntura, reforma política, paridade, democratização da comunicação, unidade da classe trabalhadora e fortalecimento da CUT, além das resoluções e do plano de lutas que nortearão a política da Central para o próximo período.
Todo o CECUT foi transmitido ao vivo num parceria com a ABRAÇO-RS.
Homenagens – o congresso cutista homenageou as mulheres, os jovens e os negros. Na noite de sexta, Negra Jaque empolgou os presentes cantando rap que relatam a situação das mulheres.
No sábado pela manhã houve uma bonita homenagem aos jovens. Integrantes do Levante da Juventude realizaram uma mística e provocaram a plenária a recordar como foi o começo de sua militância, o ânimo, sonhos e motivações que tinham quando mais jovens.
Por fim, no começo da tarde a atriz Dedi Ricardo junto com o músico Ricardo Pavão apresentação a esquete “Eu não sou macaco”, emocionando os delegados.

Unidade
Um protocolo entre a CUT-RS e a CGIL Emília Romagna foi assinado durante o CECUT. “Este documento é muito importante pois visa beneficiar a vida dos trabalhadores, principalmente, dos estrangeiros”, declarou o sindicalista italiano, Mirto Bassoli.
Uma representação da central sindical da Itália CGIL acompanhou todo o CECUT. Durante os dois dias, diversas entidades que compõem a Coordenação dos Movimentos Sociais, deputados federais, estaduais, vereadores e dirigentes de partidos políticos e diretores da CUT Nacional prestigiaram a atividade.
O secretário de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo e ex-senador, Eduardo Suplicy, também marcou presença e saudou os delegados cutistas e a disposição ao diálogo: “podem contar comigo em todas as proposições da Central Única dos Trabalhadores.”

Claudir Nespolo
Militante dos movimentos de juventude desde 1977 na Juventude Operária Católica, Claudir mora em Porto Alegre, onde atua na categoria dos metalúrgicos desde 1988. Cumpriu três mandatos na presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre.
Foi diretor da Federação dos Metalúrgicos do RS na função de diretor executivo. Em 2009 foi eleito para a direção da CUT/RS na função de secretário de Organização e Política Sindical.
Na CNM/CUT foi membro da direção executiva nos mandatos 2004-2007 e 2007-2010. Em 2008 assumiu a vice-presidência em substituição a Marino Vani. Em maio de 2010 assumiu a presidência no lugar de Carlos Grana, que se licenciou do cargo. Em novembro de 2010 voltou a assumir a vice-presidência, após o retorno de Grana.

FONTE: http://cutrs.org.br/

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